Ascenza Destaca | ascenza Skip to main content

Ascenza Destaca

Ascenza Destaca

café

Mesmo em ano de bienalidade negativa, importantes regiões cafeeiras ampliaram o cultivo que foi postergado em 2022 em razão de adversidades climáticas

O Brasil se destaca no cenário mundial como o maior produtor e exportador de café do mundo. E para a safra 2023/24, a produção brasileira deve atingir 66,65 milhões de sacas de 60 kg, um aumento de 13% em relação à temporada anterior. Os dados foram divulgados no último dia 10 de abril pela consultoria Safras & Mercado e são baseados em sondagens junto a cooperativas, produtores, tradings, entre outras fontes.

Este ano, a safra de café é de baixa bienalidade, mesmo assim, a estimativa acima do ano passado se justifica, impulsionada pelos rendimentos médios esperados em Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Além disso, a entrada em produção de muitas áreas foi postergada de 2022 (de bienalidade positiva) para 2023 devido a adversidades climáticas nos últimos anos, como seca e geadas severas em 2021, elevando agora a safra em determinadas regiões.

Para o café arábica beneficiado, que responde pela maior parte do café cultivado no Brasil, a produção deverá crescer 21% na comparação com o ciclo passado, chegando a 43,50 milhões de sacas. Apesar do avanço expressivo, a safra ainda deve ficar bem abaixo do recorde de 2020, quando o país produziu 50,90 milhões de sacas de arábica.

O consultor Gil Barabach, ouvido pela Safras & Mercado, explica que praticamente todas as regiões produtoras de arábica devem elevar a produção, à exceção das Matas de Minas e Espírito Santo, onde se espera leve ajuste negativo por conta do ciclo bienal invertido.

 

Preços

O tamanho da produção brasileira de 23/24 tem papel fundamental na determinação dos preços. Com o excedente global de grãos na temporada, também em razão desta grande safra, os preços do café arábica tendem a cair. Segundo pesquisa da agência Reuters com traders e analistas, a queda deve ser de 12% ao longo do ano.

A pesquisa apontou também que o Vietnã, maior produtor de robusta, terá uma safra de 31 milhões de sacas em 23/24, antes 30 milhões em 22/23. Dessa forma, as safras maiores no Brasil e no Vietnã levariam a um superávit global de 3,35 milhões de sacas em 23/24, em comparação com um déficit de 4,15 milhões em 22/23.

Outro fator que explica a possível redução de preço, conforme a pesquisa, é a alta nos preços do café no varejo e a desaceleração econômica global.

 

Colheita

De acordo com o levantamento da Conab para a safra de café, divulgado em janeiro, a previsão é que a colheita do grão ocorra semelhante à safra anterior, não havendo nenhum indicativo de atraso ou adiantamento.

De acordo com a consultoria Safras & Mercado, os trabalhos estão começando para os cultivos de canéforas (robusta e conilon) e devem ganhar intensidade ao longo de abril, após um atraso inicial devido ao excesso de chuvas.

Já a colheita do café arábica, apesar de ter iniciado em alguns locais precocemente, só deve avançar, efetivamente, em maio. Em geral, a colheita deve ser concluída em novembro, com pico em junho e julho.

 

Exportação

Em 2022, o café brasileiro foi comercializado internacionalmente com 145 países, sendo Estados Unidos e Alemanha os principais destinos. O País exportou 39,8 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa uma queda de 6,3% na comparação com o ano anterior em razão do declínio da taxa de câmbio no Brasil e da redução da oferta interna no período.

Para 23/24, a projeção é que o Brasil exporte pouco mais de 44 milhões de sacas. O crescimento modesto do consumo interno, atrelado à perspectiva de crescimento baixo da economia esse ano no Brasil, além do aumento da produção, acabam fortalecendo o saldo de exportação.

 

Consumo

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o Brasil mantém a posição de segundo maior consumidor de café do mundo. A diferença para o primeiro lugar, ocupado pelos Estados Unidos, é de 4,7 milhões de sacas. Os dados reforçam o papel do café como um alimento importante para os brasileiros e para a indústria nacional. Apesar da crise econômica vivida em 2021 pela pandemia, com recuperação em 2022, mesmo com leve queda o consumo de café seguiu seu ritmo.

 

Este é um conteúdo exclusivo para membros registados no site ASCENZA.
video thumbnail video media thumbnail