Conab indica produção nacional do cereal na temporada 2022/23 em 123 milhões de toneladas
Nos últimos dias, tanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) quanto o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reajustaram as suas projeções sobre as produções nacionais e mundiais de milho. Neste último levantamento, a Conab indica produção nacional de 123 milhões de toneladas, já o USDA projeta 125 mi/ton, respectivas altas de 9% e de 8% em relação à temporada anterior.
Com a semeadura atrasada no Brasil e a possibilidade de encurtamento na janela ideal para a cultura, novos ajustes ainda podem ser realizados no decorrer das próximas semanas. Quanto aos preços, de acordo com Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com as novas projeções, os valores do milho mantiveram tendência e devem seguir firmes na maioria das regiões acompanhadas pelo instituto.
Já a produção mundial é estimada em 1,15 bi/ton pelo USDA, 5% inferior à da temporada anterior. Se mantida as projeções do USDA, o Brasil deve tomar dos americanos o posto de principal exportador mundial de milho, além de manter a já consolidada liderança nos embarques de soja.
Ambos os países devem exportar 51 mi/ton de milho, com a diferença que o Brasil segue uma curva ascendente, acrescentando quase 20 mi/ton ao montante exportado no ano passado (32,4 mi/ton), enquanto os EUA vão deixar de embarcar 20 mi/ton, após eventos climáticos extremos de seca e frio.
Antes, os embarques brasileiros só haviam superado os americanos na safra de 2012/13, devido a uma estiagem no hemisfério norte. “Se a produção de milho nos EUA retornar ao seu nível historicamente normal, é provável que o país reassuma o posto de maior exportador global. No entanto, a contínua e persistente expansão da agricultura brasileira pode significar que os americanos terão de lutar pela coroa com o Brasil de forma mais frequente nos próximos anos”, diz a análise do USDA.
Argentina
Já os nossos vizinhos argentinos deverão produzir 45 mi/ton de milho na safra 2022/23. Se confirmado, o volume é inferior às 52 mi/ton esperadas na safra 2021/22. A área a ser colhida deve ficar em 6,6 mi/ha, abaixo da registrada na safra passada, de 7,3 mi/ha. O consumo previsto é estimado em 14,5 mi/ton de milho em 2022/23. O volume fica acima das 14,2 mi/ton demandadas na safra 2021/22. As exportações de milho da Argentina foram previstas em 32,2 mi/ton na temporada 2022/23, abaixo das 33,8 mi/ton embarcadas na safra comercial 2021/22.